BONILLA, Maria Helena. A práxis pedagógica presente e futura e os conceitos de verdade e realidade frente às crises do conhecimento científico no século XX. In: PRETTO, Nelson De Luca. Tecnologias e novas educações. Salvador: EDUFBA, 2005. p. 70-81.
Para Bonilla o conceito de realidade e verdade que traz no título se mistura. Portanto, realidade e verdade estão imbricadas uma na outra; o fato só se torna fato ao se tornar evidente e passar para a instância do dizível. É impossível dizer o que uma coisa é, a priori; ela é a cada acontecimento e nenhum desses acontecimentos são repetidos. Logo, não temos "a verdade", temos "significações" que emergem a cada atualização, abertas a outras e constantes ressignificações. pg.77,2005,BONILLA).
A autora começa seu texto tecendo sobre as diferentes idéias de ordem comparando a cosmovisão da sociedade Medieval que era de uma ordem atemporal apoiadas na religião e na filosofia, com a da sociedade Moderna que amplia o saber, às tecnologias da escrita possibilitando a demonstração visual através de impressos, propagando assim conceitos relacionados ao homem, a sociedade e a natureza. Contudo nesta visão a autora afirma que os questionamentos e transformações ocorridas no modelo científico e tecnológico, levam a ver a concepção de ordem com novos significados gerando uma nova cosmovisão. Nesta cosmovisão, a relação do homem com a natureza é considerada interativa, a base do conhecimento esta ligada no movimento das relações, um movimento que cria e desfaz continuamente. Uma dinâmica de aparecer /desaparecer, de virtualização, atualização e virtualização , constantes.
Bonilla ressalta que esta nova forma da cosmovisão moderna tem relação com problemas e desafios diretamente ligados a contemporaneidade e esta reconfiguração nos mostra que uma situação não é percebida como algo isolado e sim uma forma conjunta, pois existem diversos percepções sobre um fato perpassando por vários campos de possibilidades.
Maria Helena diz que a escola tem uma noção de ordem da modernidade que por sua vez permanece dominante ocasionando no aluno uma percepção de separação da identificação da vida dentro e fora da instituição de ensino, ainda que os alunos tragam suas realidades para dentro da escolar e infelizmente nem os professores e nem a própria instituição sabem lidar com estas constantes mudanças que ocorrem externamente ou, interna se matendo presos as antigas noções de ordem que hoje já não cabem mais neste novo modelo que se apresenta.
Bonilla então faz críticas à instituição que não consegue acompanhar a complexidade nem as transformações, do mundo atual, ressaltando a importância das tecnologias na escola e que não seja apenas ferramenta e sim um instrumento capaz de possibilitar, novas linguagens e que podem contribuir significativamente para o processo de ensino-aprendizagem. Contudo se faz necessário alargar nossa visão, no tocante a educação partindo da premissa que esta pode se dá em vários espaços, pois o ser humano vive em contínuo processo de aprendizagem seja ou não no espaço escolar, é de suma importância dizer que para a autora isto não significa desqualificar a escola esta já é lugar de organização e sistematização do conhecimento que se traduz em aprendizagem.
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